domingo, 29 de janeiro de 2012

O que há de novo para o tratamento da obesidade?

Recentemente um estudo americano mostrou que de 2003 para hoje não houve um aumento significativo na porcentagem de obesos. Todavia o número ,que permaneceu o mesmo, nos assusta. Lá UM DE CADA TRÊS ADULTOS SÃO OBESOS (e uma em casa 6 crianças tem esta doença). Não estamos falando aqui de sobrepeso, e sim da doença obesidade (IMC maior ou igual a 30 calcule o seu clicando aqui e colocando os dados no final da página). Se contarmos com sobrepeso  (IMC 25 ) o número é muito maior.
Com o apelo da mídia para um corpo perfeito, aliado à preocupação de algumas pessoas também com a saúde, esta áera passou a ser um mar de dinheiro a ser explorado.

Somos bombardeados por propagandas de todos os tipos, 90% das vezes de produtos QUE NÃO FUNCIONAM, pois medicamentos que realmente funcionam não podem ser anunciados em TV, jornal ou programas. Além do gasto de dinheiro você pode estar colocando sua saúde em jogo. Somente um profissional DA ÁREA MÉDICA é capaz de prescrever e conhecer as drogas que auxiliam no tratamento da obesidade. Mas pelo uso indiscriminado e efeitos colaterais importantes ,com o passar do tempo várias opções foram proibidas (fenfluramina, femproporex, rimonabanto, mazindol) no Brasil e  ( alguns desses, mais a sibutramina) em alguns países importantes no mercado como EUA. Lá somente há  opção do orlistat e da fentermina.

Infelizmente os últimos anos não foram de notícias animadoras, iniciando pela retirada da sibutramina de alguns mercados.  Outro golpe duro foi dado na reprovação da Lorcaserina, uma droga que age nos receptores de serotonina suprimindo o apetite e aumentando a saciedade. Alguns estudos sobre segurança em válvula cardíaca e diabéticos ainda precisam serem feitos para ganhar liberação.

Há em uma fase avançada e precisando de estudos de segurança cardíaca, gestantes ,dentre outros , o possível lançamento da combinação de Fentarmina e Topiramato. A Fentarmina é um derivado de anfetaminas e o topiramato uma droga contra convulsões e enxaqueca, ambos tem  efeitos colaterais bem conhecidos e normalmente dependente da dose. Então, uma combinação de doses baixas dos dois mostrou-se eficaz na perda de peso com poucos efeitos colaterais.

No ano de 2011 uma outra decepção foi a não aprovação da droga Contrave, uma combinação da bupropiona (usada para tratamento de depressão e tabagismo) com o Naltrexone (droga usada para dependência de álcool) . Junto com dieta e exercícios a droga se mostrou eficaz em diminuir e manter a perda de peso, e  positivamente, melhorar parâmetros cardiovasculares. Por isso o pedido de um estudo maior e de mais tempo da droga para afirmar a segurança da droga causou frustração para quem apostava numa nova arma para o combate da obesidade que poderia logo ser lançada.

A última droga , bem badalada na mídia,  já usada para fins de emagrecimento por algumas pessoas, é o Liraglutide.  Trata-se de um medicamento excepcional para o tratamento do diabetes que além do controle glicêmico, melhora dos parâmetros cardiovasculares e ainda age na perda de peso. O mecanismo de ação provavelmente se dá por um aumento na saciedade, lentificação do trato gastrointestinal e (como efeito colateral da droga) pelas náuseas.

Com a seurança em pacientes complicados como diabéticos é bem estabelecida, um estudo para pacientes obesos, não diabéticos, começou a ser feito e tiveram resultados animadores. Contudo, ainda faltam vários desfechos para ter a segurança e tranqulidade para utilizar a droga nesses casos, principalmente porque a dose usada é muito maior que a dose usada no diabético, pequenas doses não mostraram estes benefícios.

Há outras substâncias ainda em desenvolvimento, mas todas elas ainda em estágio inicial e longe de serem lançadas. Mas um tratamento adequado com alimentação saudável e balanceada , exercícios com as drogas que já temos disponíveis no momento, é muito provável de se conseguir bons resultados.


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